sábado, 14 de novembro de 2009

Os caminhos da cultura ultrapopular

Migrei de blog.
E nesse aqui eu vou me dedicar a algumas coisas que me afligem um tanto, mas sob uma outra perspectiva das aflições do Lume-Pronto .

Bom, continuamos com o boom das bandas que tocam calypso no Pará, arrocha no Nordeste, funk no Rio e ainda não sabemos direito em que categoria colocar essas manifestações.
Em 2008 entrei em contato com um novo conceito de cultura. O ultrapopular. Seria nessa categoria que estariam inclusos o funk, o calypso, e o arrocha.

Bandas que, a princípio, não contam com grande apoio da mídia e mesmo assim, conseguem vender milhares de discos na sua cidade, na sua região.
A falta de poesia chicobuarqueana nas letras das músicas e o fato de elas estarem majoritariamente ligadas a espaços de periferia, é o que eu enxergo como um dos maiores motivos para a tentativa incessante de desqualificar esse tipo de manifestação, como sendo "pobre, sem poesia e baixo".

Desqualificações da mesma natureza segregacional e racista da declaração do ex coordenador do curso de Medicina na Ufba em 2008 que disse, baseado no baixo desempenho dos estudantes no ENADE (ora, vejam) que "Talvez o ambiente cultural da Bahia não seja muito propício à Medicina, pois as coisas aqui estão mais voltadas para a música (eu não digo nem música, pois não considero esses ritmos de percussão música). Quem foi mal foram os alunos. Vou culpar quem, a faculdade?” (Talvez não caiba aqui, e não cabe mesmo, continuar as discussões acerca da validade do ENADE enquanto objeto de avaliação dos estudantes. Mas ele serviu de mote para que esse tipo de gente abrisse a boca e jorrasse excremento.)

Me baseio nesse tipo de colocação vinda por parte da academia (lógico que esse cara não representa a todos) e no incessante e crescente sucesso que os representantes da cultura popular continuam fazendo, para estudar esse fenômeno e as suas polêmicas variáveis como a representação da mulher, e a simbologia das relações apresentadas nas músicas.

Para ilustrar:

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