domingo, 15 de novembro de 2009

As angústias de hoje

Hoje, meu pai me perguntou qual é meu plano.
Pra maioria dos filhos é meio estranho. Pra mim não seria, mas foi. Meu pai me colocou na parede mesmo. Perguntou onde andavam todas as coisas que sempre me angustiaram no tempo de escola. Perguntou se eu estava satisfeita com o mundo ou se só tinha silenciado por algum motivo.
Uma coisa se mexeu dentro de mim. Foi meio náusea, meio vergonha. Mas tinha que mexer e mexeu.
Pensei qual seria o limite entre o meu silenciar sobre um projeto político e o meu afastamento real de um. Chega um momento em que os grupos não passam de um conjunto de indivíduos e isso já não me servia mais. Será que foi aí que me distanciei ou me silenciei? Provável que sim.
Durante a reflexão , notei que não estava apática, alienada nem alheia aos fatos ao meu redor. Só não sabia a quem pedir socorro.
Fui falar com o Étore (um amigo que tá pras bandas da França), ele disse : "Você quer mudar o mundo, que eu sei." e veio com um papo de que só de eu saber que eu queria mudar o mundo, já era o bastante. Não foi. Resolvi pedir socorro a outros.
Pedi aos mortos.
Resolvi comer a biblioteca da minha casa, os jornais, a internet, tudo.
Assistam aos próximos capítulos.
Espero não ficar maluca no meio dessa angústia. O mundo é grande demais e cheio de letras demais pra mim?

Um comentário:

  1. Sonho que se sonha só é só um sonho, mas sonho que se sonha junto é realidade!

    Feliz do lutador social que encontra na angustia alheia o compatilhar da batalha. Seja bem-vinda à loucura, minha cara!

    ResponderExcluir